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Arquitetos: salazarsequeromedina
- Área: 110 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Ivan Salinero
Descrição enviada pela equipe de projeto. Como uma estrutura híbrida entre o agrícola e o doméstico, a estufa é um cenário siamês para a coexistência da vida vegetal e humana. Dois corpos adjacentes são gêmeos siameses perfeitamente assimétricos: metade estufa e metade sala externa. Sua contiguidade favorece uma certa simbiose entre duas funções díspares: um interior para as plantas e um exterior para as pessoas. Esta relação entre a sala de estar e a estufa cria um microclima que condiciona a abertura da sala de estar durante todo o ano. A fruta vai para a mesa; as mãos limpam as folhas.
A arquitetura se inspira na linguagem vernácula de seus arredores, como dicionário de formas e atitudes ante as estruturas temporárias. O caráter tipológico do anexo emerge como varanda, toldo, pátio ou construção - um pouco vacilante, mas necessário - como estratégias de sombreamento, ventilação, iluminação natural e modulação.
O piso, as paredes e a chaminé se constroem como objetos firmes e monolíticos, impermeáveis ao passar do tempo. Uma base de tijolo se eleva até 2 metros, constituindo uma linha de referência para os elementos funcionais. Esta estufa para plantas e humanos foi construída com tijolo reutilizado, recuperado durante meses, dos resíduos das fábricas locais.
A montagem da estrutura metálica, elementar e diáfana, sugere a transmutabilidade de sua leveza. Sua modesta escala permite que ela se abasteça de recortes das infraestruturas agrícolas próximas. Agora é uma estufa, mas no futuro poderia ser desmontada e ter outra vida. São configurações ou permutações em que estes espaços adjacentes assumem outras funções ou se fundem entre si como um só.